Vidas sem fronteiras: Bárbara Raga

Milena Spremberg

Bárbara, filha de mãe brasileira e pai venezuelano, saiu do país onde nasceu para ir morar no Brasil porque já não se sentia mais em casa. A família recentemente passou por momentos difíceis com a perda da mãe, que faleceu poucos meses depois de conseguir chegar ao Brasil, vindo da Venezuela, onde já não havia mais tratamento médico. Conversamos com ela sobre como a sua mãe influenciou a sua vida e das irmãs que hoje vivem em diferentes cantos do mundo.


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Eu nasci em uma cidade muito parecida com Mogi das Cruzes, na região de Andina na Venezuela, onde meus pais moravam. O meu pai veio estudar no Brasil por cinco anos e conheceu a minha mãe na faculdade aqui no Brasil. Os dois acabaram casando e se mudaram para a Venezuela juntos. Eu tenho duas irmãs, a Mônica e a Daniela, a caçula. Nós crescemos em São Cristóvão, uma cidade muito perto da fronteira com a Colômbia.

As minhas irmãs são muito determinadas. Elas sempre chegam com alguma ideia como “eu vou montar uma mansão na lua”. Dez horas depois estão lá colocando a primeira pedra, traçando o caminho. Eu sempre admirei muito isso. Sempre me deu um norte e me mostrou que tudo é possível. Não sei como seria a minha vida sem elas. A nossa história é muito bonita porque a gente nunca planejou muito a nossa vida, mas parece que estava no esquema a gente morar cada uma em um canto do mundo. Isso vem muito da minha mãe. Ela sempre dizia: “Estude, trabalhe e vá embora.” Ela era de outro planeta, super à frente de tudo.

A minha mãe era brasileira e por isso eu sempre tive uma relação forte com o Brasil. Ela não era só brasileira, ela era uma embaixadora brasileira na Venezuela. Ela era um epicentro de todos os acontecimentos brasileiros, mais que o consulado. Todo brasileiro que chegava ia na casa da minha mãe - ela levou o Brasil até a Venezuela.

A situação na Venezuela fez a minha família fazer coisas não planejadas. A gente sempre pensou em ir pro Brasil por um tempo, mas sempre pensamos que íamos voltar pra Venezuela. Ninguém achou que ia ser quase expulso.

Aos 18 anos, eu saí de casa para estudar em outra cidade na Venezuela. Depois disso, a Mônica decidiu morar no Brasil e ficou lá por oito anos, e em seguida se mudou para a Europa. Nós nos mudamos por conta da situação do país que começou a ficar ruim, e eu decidi procurar emprego no Brasil. Vim com a cara e a coragem. Depois de alguns anos a Dani decidiu ir para os Estados Unidos.

Eu não gostava de morar na Venezuela nas crises. Naquele momento eu sentia que já não pertencia mais àquele lugar. Nada mais fazia sentido: as músicas, não tinha mais as mesmas lojas, os vizinhos não eram mais os mesmos. Você acaba se sentindo estrangeira no seu próprio país.

Os meus pais ficaram, mas com o tempo a minha mãe ficou doente na Venezuela. Em dezembro de 2018, minha mãe e meu pai decidiram vir para o Brasil para que ela se tratasse aqui. Porém, ela chegou em dezembro e morreu em fevereiro. Foi muito estranho, porque ela não parecia estar tão doente, mas ela simplesmente se manteve viva para chegar até aqui. O meu pai não queria vir de jeito nenhum, mas o médico na Venezuela falou que ela teria que ir ou pro Brasil ou pro México para conseguir algum tratamento. Já que eu morava aqui, isso acabou facilitando a vinda deles pra cá.

Ela teve toda assistência necessária das filhas, mesmo com cada uma em um país diferente. Eu falava para as minhas irmãs: “vocês estão percebendo a telepatia que estamos tendo, né?”. Foi uma experiência muito louca, e muito triste. Depois da morte da minha mãe, o meu pai ficou aqui. Agora ele vai voltar para a Venezuela, para informar que a minha mãe faleceu e pra cuidar das coisas que ela deixou lá.

Eu sou muito grata à minha mãe, muito mesmo, porque ela quis nos poupar do sofrimento quando veio pra cá. Imagina como seria se ela morresse lá? A gente não ia poder ir pois é muito complicado ir para a Venezuela agora. Muitas pessoas hoje estão passando por isso, e ela nos poupou desse sofrimento. Quando ela veio para cá, foi um dia horrível, porque ela era muito apegada às suas coisas. Ela usava a mesma panela para preparar a papinha do seu neto. Cada coisa que ela tinha em casa tinha um significado para ela. Então sair da casa dela foi muito difícil.


Nós vivemos sem fronteiras, a minha mãe nos ensinou isso desde pequenas. Ela levou o Brasil para a Venezuela e ela sempre fez questão que as pessoas entendessem que somos brasileiros, e aqui no Brasil somos venezuelanos. Vai entender.

Vir pro Brasil foi muito difícil, mas sou muito grata pela minha família que me ajudou e me apoiou quando eu me mudei. Eu lembro que a Mônica me disse: “você é super capaz, é competente, você consegue”. Ela me fez acreditar em mim mesma. No começo quando tudo estava acontecendo, parecia um tobogã, um escorregador cheio de facas. Depois, quando a minha mãe veio, tudo se encaixou perfeitamente. Fiquei tão grata. Nunca senti tanta gratidão na vida, eu acho que eu era ingrata inclusive. Minha mãe nos apoiava em tudo que a gente inventava, e o meu pai continua nos apoiando. Isso é incrível.


A Wise nos ajudou muito nesse momento difícil. Eu recomendo para todo mundo. Eu acho que não tem mais como voltar para outras maneiras de transferir dinheiro para o exterior. As minhas irmãs ajudaram a pagar as despesas médicas com a Wise, porque era a maneira mais fácil de transferir dinheiro pra fora, e a gente confiava. Tudo mudou, então porque não escolher o mais fácil?

Bárbara, 50% venezuelana e 50% brasileira, vivendo sem fronteiras e orgulhosamente cliente Wise. Crie a sua conta ou baixe o nosso app Android ou iOS app para se juntar a mais de 6 milhões de clientes que já economizam quando enviam dinheiro para o exterior.

Por Milena Spremberg e Juliana Ferguson, exclusivamente para Wise. Fotografia de Stephanie Stoddard Cortés.


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